NFL

Raio-X Nick Foles: começo fulminante, quase aposentadoria e chance única

Raio-X Nick Foles: começo fulminante, quase aposentadoria e chance única

(Crédito: Instagram/reprodução)

Nick Foles e o Philadelphia Eagles são a prova que o mundo gira, dá voltas e, por vezes, acaba voltando ao mesmo ponto de partida. Em 2013, Nick Foles era o cara dos Eagles. Fez uma campanha impressionante, começou 10 partidas como titular, venceu oito jogos e marcou seu nome na história da liga ao anotar a terceira melhor marca em passer rating da história!

Nick Foles não veio do nada

Isso mesmo, você não está lendo abobrinhas! Nick Foles tem o terceiro melhor passer rating da NFL: 119,2. Para se ter uma ideia, o líder de todos os tempos é Aaron Rodgers com 122,5, sendo seguido por Peyton Manning, com 121,1! Ou seja, não estamos falando de um Rex Grossman, de um burro com sorte. Foles mostrou ter capacidade, mas mesmo assim foi encostado e marginalizado pelos Eagles.

Com a chegada do treinador Chip Kelly, que agora retornou ao futebol universitário como comandante de UCLA, Foles alcançou seu ápice. Mas na temporada seguinte, o QB perdeu espaço, se machucou, ficou sem motivação e sem identidade. O estilo de jogo rápido e dinâmico de Kelly engoliu Foles. Se 2013 foi ótimo, 2014 foi um pesadelo.

Em 2015, ele foi para os Rams e conseguiu piorar ainda mais sua vida. Foles até atuou como titular em 11 jogos, mas seus números foram pífios e pela primeira vez ele lançou mais interceptações do que touchdowns (10 INTs e 7 TDs).

Mais do que Nick Foles, o problema eram os Rams. Aliás, acho que o problema era o técnico Jeff Fisher. Mas Foles foi tragado e afundou junto com o time.  Sem clima, espaço e vontade, Foles pouco aprendeu, nada evoluiu e quase desistiu do futebol americano na temporada com os Rams.

Foles admitiu recentemente que pensou em se aposentar ao final da temporada de 2015. Mas aos 26, o QB ainda acreditava que poderia ser útil. A chance de voltar a trabalhar com Andy Reid, o mesmo técnico que o draftou nos tempos de Eagles, deu uma nova esperança. Nos Chiefs, Foles pouco jogou, mas voltou a sentir paixão pelo esporte. E quando a franquia de Kansas City não renovou seu contrato, ele não pensou duas vezes em retornar para os Eagles.

Claro que ele sabia que o retorno não significaria uma titularidade, muito menos um recomeço. Afinal Carson Wentz, mesmo fora de combate, ainda é e continuará sendo o plano dos Eagles para o futuro. Mas uma volta ao lugar onde ele foi mais feliz e vitorioso fazia todo o sentido, mesmo sendo reserva, tendo poucas chances.

Só que uma contusão grave de Wentz fez tudo mudar. Nick Foles assumiu o posto de QB em um momento muito favorável, mas com um peso enorme. Isso porque os Eagles são um ótimo time, com boas peças em várias posições e muito bem treinado. Mas por ser um time tão ajeitado, os Eagles já estavam garantidos nos playoffs quando Wentz saiu de ação. Ou seja, Foles não podia estragar tudo. Foles tinha que fazer o mínimo para estragar tudo. Quem sabe até se esconder em campo, pouco ousar, deixar que o time continuasse no mesmo ritmo.

Mas Foles sabe que na NFL um QB tem que ser protagonista. Sua performance contra os Vikings lembrou o Foles de 2013 e trouxe esperança para os Eagles no Super Bowl LII. Nick Foles não é um Rex Grossman.

Comparações ingratas

Me sinto um pouco besta em comparar Nick Foles com Tom Brady. Tirando o fato de atuarem na mesma posição, a distância entre eles é enorme. Foles venceu 22 partidas em sua carreira, Brady tem 27 vitórias SOMENTE NOS PLAYOFFS. Foles só foi ao Pro Bowl uma única vez, Brady já perdeu a conta de quantas vezes foi selecionado e de quantas vezes não compareceu ao evento porque já tinha compromisso marcado com o Super Bowl.

Acho que vale ressaltar que Foles (1,96m) e Brady (1,93m) possuem quase a mesma constituição física. Ambos usam o tamanho para segurar o lançamento até o último instante, às vezes até levarem uma grande trombada dos defensores. Paciência dentro do pocket. Foles nunca foi afobado, e nem reúne condições para sair correndo de um lado para o outro, enganando e fazendo os defensores de bobo. Não à toa, as contusões atrapalharam sua carreira, já que ele não foge do contato.

Mas para o bem de sua saúde, Foles tem se livrado da bola bem rápido. Nos playoffs, Foles tem passado a bola em aproximadamente 2,34 segundos. Brady tem liberado a bola em 2,7 segundos. A diferença nem é tão grande assim, mas Foles precisa seguir esse padrão. Todo tempo a mais com a bola é uma chance para a defesa jantar o QB de Philly.

Um dos melhores movimentos de Foles é quando ele finge o arremesso. Ele parece todo duro, faz uma força para arremessar, não tem plasticidade no movimento. Os defensores sabem disso e jamais esperam por uma finta. Coitado dos Vikings. Foles pode parecer desengonçado, mas sabe o que está fazendo.

 

Chance única

Renascimento? Olha, pode parecer exagero, mas Foles está mais para uma fênix do que para uma águia. Chegar na NFL e já atingir o ápice parece ter custado muito para o QB. A pancada foi muito forte, tudo de bom feito em uma temporada é esquecido após algumas interceptações. A NFL imita a vida. O próprio Foles quase desistiu de tudo.

Fato é que Foles está tendo uma chance única, algo que a maioria das pessoas não tem. E para a sorte dele, os Eagles abraçaram Foles. Claro que eles não tinham outra opção, mas o QB tem liderança, habilidade e ganhou a equipe com atuações dentro de campo. Os companheiros já viram do que Foles foi capaz em 2013 e sabem que ele pode voar bem alto.

Popular

Copyright © 2015-2023 - https://www.quintoquartobr.com/

+18 Jogue com responsabilidade


Copyright QuintoQuartoBR

To Top