Tirar da lama uma franquia de um grande mercado, ou de um grande jejum, tem um enorme atrativo. Depois do Boston Red Sox e do Chicago Cubs terem encerrado suas secas homéricas em 2004 e 2016, respectivamente, de o Cleveland Cavaliers ter vencido pela sua cidade, em 2016, e agora o Cleveland Browns voltando a ser relevante, sobram duas equipes.
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Não vamos falar do New York Knicks aqui. Então vamos para o New York Jets, que teve como último grande momento… o Super Bowl III? O time perdeu uma final de conferência nos anos 80, uma nos anos 90 e com Rex Ryan foi bi-derrotado nesse estágio em anos seguidos. No primeiro ano de Quinto Quarto, eu lembro que escrevi sobre os Jets ficarem fora dos playoffs com um 8-8, logo depois dessas duas idas com Mark Sanchez até o grande jogo da conferência. E como isso foi decepcionante.
Mal sabia eu que nos nove anos seguintes teríamos só momentos piores – BUTT FUMBLE – tirando um ano com Ryan Fitzpatrick fazendo milagres, tendo 10 vitórias… e mesmo assim não chegando aos playoffs.
Agora chega Robert Saleh, o terceiro treinador depois de Ryan.
Então vamos apresentar o cenário da franquia:
1 – A torcida odeia o dono da equipe e a equipe;
2 – O treinador com mais vitórias da história da franquia é Weeb Eubank, que comandou os Jets no Super Bowl vencido em 1968. Ele teve 71 vitórias e 77 derrotas. Nem o treinador mais vitorioso dos Jets tem mais vitórias do que derrotas;
3 – O cenário pós Adam Gase seria de terra arrasada se Gase fosse 50% mais competente. É pior do que terra arrasada;
4 – O quarterback escolhido em terceiro no Draft de 2018 não tem a mínima confiança. É bem possível que os Jets tenham estragado a carreira de Sam Darnold;
5 – Jamal Adams, escolhido em sexto no Draft de 2017, é um bom safety. Pena que ele foi trocado pelos Jets e saiu cuspindo marimbondo e não escondendo a vergonha que era a organização;
6 – O time não tem um jogador de Pro Bowl;
7 – O elenco tem dois jogadores de respeito. Quinnen Williams, escolha de primeira rodada no Draft de 2019, e Mekhi Becton, escolha de primeira rodada no Draft de 2020. É isso.
Há pontos positivos? Claro. O time tem US$ 71 milhões em espaço no teto salarial, a segunda escolha do Draft de 2021 e mais uma escolha de primeira rodada (23ª). Em 2022, serão mais duas escolhas de primeira rodada também. Essa é a forma de construir um elenco, porque nenhum jogador vai querer ir para os Jets na free agency, a menos que abra mão de ganhar jogos.
Robert Saleh é um bom nome e é excelente para a torcida do primo deprê de NY que ele tenha decidido dar esse passo maluco. Os cinco anos de contrato, segundo fontes relataram à ‘ESPN’, e essa sedução do resgate do time tradicional com certeza pesaram para o treinador.
Saleh fez um belo trabalho no San Francisco 49ers, desenvolvendo talentos – especialmente DeForest Bucker e Nick Bosa – e mesmo com inúmeras lesões neste ano, sua defesa foi competitiva em diversos jogos. Fica claro que condicionamento, preparação e boas ideias não faltarão em Nova York. Mas no começo faltará talento.
Robert Saleh vai ter que dar piruetas e twists carpados na sideline para tirar essa equipe da lama em 2021. Mas se os Jets tiverem paciência e um plano de longo prazo, algo que nunca tiveram, o resultado virá. Nada é pior do que aconteceu nos últimos anos.

Sem time nem na NFL e na NBA, posso gostar de Tom Brady e Peyton Manning (mais Brady) e Magic Johnson e Larry Bird (mais Magic) ao mesmo tempo. Ainda insisto que falta golfe no Quinto Quarto, mesmo que não tenha nada a ver.