Uma das grandes polêmicas relacionadas ao futebol americano diz respeito aos riscos de se praticar o esporte e isso é um assunto para ser discutido com muita calma. Porém, só tocamos no assunto para falar que Bo Jackson é um ex-jogador que afirma que não tinha conhecimento dos perigos inerentes à modalidade.
Em uma grande entrevista concedida ao ‘USA Today Sports’, o ex-astro da NFL e da MLB deixou claro que nunca teria jogado futebol americano se soubesse dos riscos de lesões.
“Se eu soubesse na época o que sei agora, eu nunca teria jogado futebol americano. Nunca. Eu gostaria de ter sabido sobre todas essas lesões na cabeça, mas ninguém sabia disso. E as pessoas que sabiam jamais contariam a alguém”, declarou.
Durante sua carreira esportiva no final dos anos 1980 e começo dos anos 1990, Jackson se tornou um verdadeiro ícone. Depois de vencer o Troféu Heisman em Auburn, ele jogou futebol americano com a camisa do então Los Angeles Raiders e defendeu o Kansas City Royals no beisebol. Bo Jackson continua, aliás, sendo a única pessoa selecionada na história como All-Star na MLB e Pro Bowler na NFL.
“O esporte ficou tão violento, tão rude (…) Nós somos muito mais educados em relação a essas coisas de CTE (encefalopatia traumática crônica, em português) que não há como eu permitir que meus filhos joguem futebol americano atualmente. Mesmo que eu ame o esporte, eu bateria na boca deles se dissessem que queriam jogar futebol americano”, frisou. “Eu diria a eles: ‘joguem beisebol, basquete, futebol, golfe, qualquer coisa menos futebol americano’”, prosseguiu.
Jackson sofreu uma séria lesão no quadril em 1991, em jogo de playoffs contra o Cincinnati Bengals, e o problema encerrou sua carreira no futebol americano profissional. Depois de se reabilitar, ele retornou ao beisebol por mais algumas temporadas e vestiu a camisa do Chicago White Sox e do California Angels.
E ainda que sua carreira no esporte da bola oval tenha sido abreviada, Bo Jackson disse que “não mudaria nada” e ressaltou: “não tenho arrependimentos”.
Formado em jornalismo em 2013 pela Cásper Líbero, é um dos fundadores do Quinto Quarto e é editor de NFL. Apaixonado por esportes e por música, não necessariamente nesta ordem. Produtor de conteúdo e pensador nas horas vagas.