De forma unilateral, a Major League Baseball (MLB) anunciou no final da última semana que teremos beisebol na temporada de 2020. A grande questão é: isso é bom ou não para o esporte e para a ligar? A resposta é não.
A única coisa positiva na definição é que veremos beisebol neste ano e a liga terá alguns meses de disputa sem a concorrência da NFL e NBA. Acabou aí.
O principal ponto na frase inicial é: unilateralmente. O comissário Rob Manfred não conseguiu chegar em um acordo com a Associação de Jogadores (MLBPA) para definir um formato de disputa e remuneração para os atletas.
Dessa forma, teremos uma temporada com 60 partidas provavelmente a partir de 23 ou 24 de julho. Isso, infelizmente, não é beisebol profissional.
A essência da modalidade é uma temporada longa em que a consistência é necessária até porque a nota de corte para os playoffs é bem baixa: um pouco mais de 50% de aproveitamento. Com pouquíssimos jogos, um time que tenha uma sequência boa, digamos com 10 vitórias em 12 jogos, está com um terço de sua meta a ser cumprida.
Além disso, adicionamos mais sorte no esporte, porque a pós-temporada por si só é uma verdadeira loteria (irei me aprofundar mais sobre esta ideia em um futuro breve) por sua brevidade, permitindo que poucos jogos ruins acabem com todo o trabalho. O Oakland Athletics sabe muito bem disso…
Voltando para a linha do unilateral, cada vez fica mais claro que jogadores e proprietários não estão alinhados e o próximo acordo coletivo (o atual expira em 2021) deverá sair com muito custo.
Os atletas já se mostraram muito insatisfeitos com as punições para Houston Astros e Boston Red Sox. Soma-se à insatisfação a nova forma de precificação de atletas, em que as estrelas ganham muito e o resto é desvalorizado, e divergências sobre visões de mudanças nas regras do jogo como a implementação do rebatedor designado universal, que foi implementada para esta temporada pós/durante-pandemia junto com o corredor na segunda base no início das entradaa extras.
Por fim, temos a MLB colocando seus jogadores em risco enquanto os Estados Unidos ainda tentam se estabilizar no combate à covid-19 e podemos ver atletas se recusando a jogar, sem contar com os que já optaram por abandonar a temporada ao passar por cirurgias invasivas.

Amante de esportes em geral e ex-jogador de beisebol. Apesar de preferir o passatempo americano e torcer pelo New York Yankees, me redimo ao acompanhar o sofrido Miami Dolphins na NFL e fico sem time da NBA.