Em 22 de janeiro de 1927, cerca de 8h30 da manhã, uma tragédia assolou a Universidade de Baylor. O time de basquete do Baylor Bears viajava de ônibus para jogar na Universidade do Texas quando fora atingidos por um trem em alta velocidade. O impacto causou a morte de estudantes/jogadores do clube, que ficaram conhecidos como Os 10 Imortais de Baylor Bears.
Abordo do ônibus naquele dia estavam 22 jovens a caminho de uma partida contra a Universidade do Texas. Além dos atletas, também estavam no automóvel o técnico, dirigentes, líderes de torcidas e alguns fãs. Era um dia nublado e chuvoso, com difícil visão devido a neblina. O motorista Joe Potter teve dificuldade para conduzir na estrada desconhecida devido à baixa visibilidade e superfícies escorregadias.
A tragédia em Round Rock dos imortais de Baylor Bears
Depois de 3h30 de percurso, o ônibus chegou ao cruzamento da ferrovia em Round Rock. À Oeste, aproximava-se o Sunshine Special, um trem de passageiros. Enquanto o ônibus cruzava os trilhos, o motorista não viu e muito menos ouviu o som do trem apitando e tocando a campainha. O primeiro a reparar a chegada do trem foi o técnico Ralph Wolfe, que gritou para avisar. Potter viu o trem, pisou no acelerador, mas não conseguiu sair do lugar. Então desviou em uma tentativa desesperada de evitar colisão, mas já era tarde para evitar.
Vários estudantes pularam ou foram jogados para fora do ônibus, que cambaleou sobre os trilhos. Tragicamente, o trem bateu no ônibus a quase 100 km/h, arrancando o teto e o lado direito. Logo após o acidente, os residentes locais e a equipe médica trabalharam duro para tratar os feridos e identificar os mortos. Contudo, infelizmente, 10 jovens não sobreviveram à colisão: Jack Castellaw, Sam Dillow, Merle Dudley, “Ivey” Foster, Robert Hannah, Robert “Bob” Hailey, James Clyde “Abe” Kelly, Willis Murray, James “Jim” Walker e William Winchester.
Na pré-temporada de 1927, o Baylor Bears vinha como favorito na Conferência Sudoeste. Infelizmente, quando iam a jogo contra a Universidade do Texas, o destino interrompeu seu caminho, mas não os impediu de deixar um legado póstumo. https://t.co/DGUUIXDgtV pic.twitter.com/myv3pSl2UL
— Rádio Poliesportiva (@rpoliesportiva) August 6, 2020
Dada a natureza terrível do acidente, os meios de comunicação buscavam respostas para entender a tragédia, como visto no desenho do post no Twitter acima. O esboço do artista Roy L. Pope tentava explicar o ocorrido. 10 jogadores de basquete do Baylor Bears mortos pelo impacto.
O herói Abe Kelly
Um jogador, James Clyde “Abe” Kelly, empurrou seu amigo, Weir Washam, para fora da janela do ônibus momentos antes do impacto, salvando a vida de Washam, mas custando a sua. Os corpos de Kelly e Robert Hailey foram terrivelmente esticados sobre o apanhador de vacas na frente do trem, com os braços presos um ao outro e Kelly sem uma perna.
O legado dos Imortais
O restante da temporada de 1927 acabou cancelada. A tragédia teve repercussões em todo o estado e nação. Assim, os ônibus se viram obrigados a parar completamente e abrir a porta em todas as passagens de trem para ouvi-los. Até que, mais tarde, surgiu o primeiro viaduto ferroviário no Texas, justamente em Round Rock.
Mas a história dos 10 Imortais de Baylor Bears é lembrada todos os anos desde 1927. Primeiro nos cultos da capela, depois na reunião dos calouros, durante a semana do baile. Em 2007, o evento também foi lembrado em uma estátua de bronze no campus de Baylor, no Traditions Plaza.
Por fim, no 90º aniversário da tragédia, 22 de janeiro de 2017, a cidade de Round Rock realizou um evento memorável para lembrar aqueles que foram mortos na colisão de ônibus e trem. No evento, a cidade dedicou ao viaduto o nome de “Ponte Imortal”, que se curva sobre os trilhos da ferrovia onde ocorreu o acidente. Os postes de luz e outros detalhes são verdes e a ponte dourada (cores do clube), e outras marcas homenageiam os 10 estudantes que foram mortos lá.
Foto destaque: Reprodução/Baylor Bears